segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Correm depressa os ponteiros...

E se a cada segundo, e se a cada instante eu lhe curvasse, se eu lhe idolatrasse, que haveria de mim ainda? Fui me criando em ausências de senhores e de ídolos, não lhe posso oferecer minha submissão. Você me vem com o relógio e acelera os ponteiros, mas a noite segue insone, cristalina. Por mais que haja de correr, não poderia permanecer como um rato que corre em sua gaiola, dando voltas e mais voltas sem o saber. Não, e também não é que você me cause insônia, mas a insônia vem se tornando uma parte de mim, é na insonia que não te encontro, enfim um respiro... cada segundo percorrido vem sendo uma enorme parede de argila me comprimindo, e neste sonho sem sono contorno o colosso, como se a argila já se transmutasse para um outro material, algum que eu possa moldar e assim construir um outro tempo para mim, que o encontre, mas que o tempo seja meu jogo, e não meu fim...

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