quinta-feira, 25 de setembro de 2008

De passagem

Sou como um andarilho
vago pela imensidão desse mundo
ao descaso e com passos cambaleantes
procurando encontrar, mas sempre desencontrando
sendo ao mesmo tempo a encarnação e o avesso
coabitando verdade e mentira num mesmo corpo
percorrendo as estradas dessa vida,
por mais incertas e tumultuosas que sejam,
e sempre ao lado de seus companheiros de viagem,
mas nesses tempos meus amigos já não caminham a meu lado
as estradas se bifurcaram, e os detalhes que cada um vê são outros
não se perdem de vista, mas jamais conhecerão as peculiaridades da trilha de seu amigo
há sendas que só cabe a ti percorrer
por mais solitário que possa parecer
mas como as flores da primavera que desabrocharam, a vida continua
segue as estações, o tempo e o além
e ficamos fadados a esse mundo inconstante, mutante
carregamos este fardo do caminho incerto
viver num mundo onde os vínculos mais profundos não passam de perenes lembranças
pois tudo está assim, de passagem

Um comentário:

Vinny Days disse...

É...talvez no fundo não consigamos escapar disso mas, como em tudo na vida, o que nos resta é tentar.
Desistir jamais!
Mesmo que pereçamos sozinhos - mergulhados em nossa solidão - aqueles que nos viram passar e tentar, podem se lembrar de como um dia nós o comovemos.
E se conseguirmos vencer os desencontros, e dos encontros aproveitar ao máximo os laços que se formam, sem nos enganar, pois eles se formam...é só estarmos sensíveis a percebê-los e nos deixarmos tocar por eles...
Ainda acredito nos laços.^^