sábado, 20 de setembro de 2008

Desencontros com o desejo

De longe vejo um sutil vulto,
um fantasma, um espectro, e tal é seu poder
que me adula a seu encontro
mas jamais é permitido nosso toque devido sua natureza
é algo que arrasa suas entranhas,
motivo de guerras e revoltas,
e, ao mesmo tempo, motor da paixão
somos entregues a essa busca, esse vil espectro
vil e brincalhão, gracioso como um silfo
movimenta-se a maré dos ventos
e sempre cada vez mais longe
mas meu corpo, denso corpo, não acompanha
não consegue ir além, é um esforço enorme só andar
e o silfo desliza sobre a brisa de primavera.

Ah caro amigo, por que essa esquivez?
não vês que não quero lhe fazer mal?
ou justamente é esse seu objetivo, fugir de mim
fazer com que eu caminhe pelo mundo,
vague pelas ruas afora como um lobo solitário
apenas para...caminhar
sentir as fronteiras que dividem florestas e desertos,
os confins da terra e a profundidade do oceano
e ir além dos céus, encontrar as estrelas
e me deleitar a seus supérfluos.

Escapar dessa redoma a que chamo de mundo
rasgar esse pano estrelado que chamo de limites
abandonar o espírito da gravidade em mim,
ou melhor, libertá-lo de mim
e tornar as coisas livres de mim
até você meu silfo, desejo que seja livre de mim
e brinque entre as nuvens conforme tua vontade,
caminhemos juntos enquanto formos livres

grato à tua presença

Um comentário:

Renan Carletti disse...

Red!

Acho que não tenho muito o que dizer, apenas parabenizá-lo por escancarar de maneira fantástica seus desejos e anseios!