quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Lua cheia

Hoje é noite de lua cheia, algo percorre minhas veias mas não sei o que é
vejo meu corpo e ele está em guerra, tornou-se um campo de batalha
mas batalha? batalha de que? lutar contra o que? quem?
e o vazio assola mais uma vez, minhas resistências perdem o sentido
e uma pradaria deserta surge do conflito
das mais belas arquiteturas, dos mais vistosos ornamentos
restaram-se as ruínas, quebrou-se tudo que era certo
a vida caminha e eu fico em seus escombros...

Mas a vida é engraçada, ela é sarcástica consigo mesma
constrói sua torre de cristal e logo em seguida a faz desmoronar
e com os restos começa a brincar, volta a ser criança
pega os escombros de suas antigas criações e junta com as novas
monta, remonta e desmonta, mas sempre diferente
as peças são as mesmas, mas a arteira, ah essa vida
sempre dá um jeito de fazer diferente

Como fascina essa indissolúvel companheira
essa artifície da realidade, muda a si e a todos
para onde ela vai o encanto vai atrás
assim como a maré persegue a lua
e os astros dançam entre si

E fora essa mutante, nada me resta
pois todo o resto, nada mais supérfluo
é mel que escorre dos céus, pela lua dourada

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